Quem sou eu

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Nasci em São Paulo, moro em Campinas - SP, desde 1974. Casado, dois filhos e um cachorro, professor na Unesp (ora aposentado), pacato cidadão, punk nas poucas horas vagas. Tenho umas coisas escritas circulando por aí, todas muito sérias. Edno Gervásio Jr - personagem misterioso, heterônimo anagramático, o mais inteligente e modesto da turma.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

MENSAGEM URGENTE REPASSE PARA TODOS SEUS CONTATOS!

Isto é muito sério! Repasse para todos os seus contatos! Sua família está correndo um enorme risco!
Há pouco instantes, foi postado na web o resultado de uma pesquisa que foi feita num laboratório secreto, construído no subsolo da esquina da Lenin Street com a Kyrgyz Republicasi, na cidade de Jalal-Abad, na República do Quirguistão. O resultado é tão impressionante que o site foi retirado do ar quase imediatamente! Os cientistas, formados pela Academia de Ciências de Moscou, pela KCIA da Coréia do Norte e pela Escola Patafísica da Cracóvia (Polônia), financiados pela McDonald Hamburger University, confirmaram que o vírus do fascismo produz pessoas idiotizadas!!! A pesquisa teve seu resumo aceito por prestigiosas revistas científicas do mundo todo, mas, a pedido da ONU, não irá ser divulgada para não provocar pânico! PROTEJA A SUA FAMÍLIA!!!
Mensagem anônima

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Medida por medida

Daqui a alguns milhares de anos, um observador de outro local de Universo apontará aleatoriamente o seu eventual instrumento para um ponto qualquer do espaço e topará com um cisquinho azulado pertinho de uma estrela da periferia de uma pequena constelação comum e muito semelhante a tantas outras. Não há nada de extraordinário nessa área do Cosmo. Mas, se esse observador tiver o predicado do humor, irá dar muitas risadas do que se passa (passou?) nesse cisquinho.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Tem jeito

Se no âmbito nacional a coisa está uma sofrência, em alguns espaços ainda sobrevive o bom senso. Nem todos são enganados e nem todos se enganam todo o tempo. Um dia o bilontra "ishperrto", grandalhão de cabelos brancos perceberá que só consegue ganhar quando não tem mais nem quem queira os dejetos finais da digestão. Lamento pelos iludidos e pelos seus acólitos.
Os iludidos vão de boa fé.
Os acólitos sabem de sua própria incompetência e ficam na moita.
O bilontra é o mais perigoso, pois é um destruidor - não sabe que é ignorante e incompetente. Levanta o nariz e fala platitudes acacianas. E se arroga o grande líder de ninguém.
Parodiando Fernando Pessoa, "o bilontra  é um fingidor. Finge tão completamente que pensa que é inteligente a bobagem que tem na mente".

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Marxismo darwinista

Edno Gervásio Jr
Atribui-se a Tom Jobim a frase "o Brasil não é para principiantes". Quem olha um pouco além da viseira opaca da mídia - a do balcão de secos e molhados* e dos negócios clandestinos - identifica, com escusas à redundância, particularidades únicas. Uma delas é a criação do marxismo darwinista: aqui, a contradição entre capital e trabalho se resolve através da involução da espécie e da vitória dos menos aptos à sobrevivência, que o fazem destruindo tudo o que pode garantir a permanência da espécie. De pé, ó vítimas das políticas sociais, derrubem as amarras dos custos da justiça social e dos monopólios da exploração do pouco que vale o solo! Exaltem os grotescos acompanhantes do ofídico golpista, e cantem os fortes e opressores! Admirem a bela, recatada e Dólar, brega como as nova-ricas e os mauricinhos reacionários. Aqui, o relógio anda para trás, e a história também (apesar do Oswald de Andrade ter descrito o oposto). Luta de classes, nesse território dominado, agora é entre os ultra-conservadores e os fascistas. A esquerda, darwinisticamente, degenerou e foi engolida pela involução pré-colonial, pelas sinecuras da concepção leninista  de partido e pelo conformismo confortável da contramarcha da História. O que vou dizer para os meus netos?

* Millôr Fernandes, num momento inspirado, escreveu que imprensa é oposição, o resto é balcão de secos e molhados.

Não é um Haikai - Aí, caí e logo levantei, volume II

As constelações
São perdigotos
Da criação

Não é um Haikai - Aí, caí e logo levantei

Vejo as estrelas
A poeira cósmica
Me faz espirrar.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O surto acaciano

Edno Gervásio Jr

Das grandes inutilidades da espécie humana que habita o Brasil, os acacianos são dos mais sufocantes. Quando Eça de Queirós descreveu com precisão o Conselheiro Acácio, é evidente que tinha pelo menos um exemplo-demonstração, seja no tipo físico, seja (principalmente) no tipo social. E o personagem toma corpo e se multiplica em incontáveis circunstâncias aqui no além-mar, antes se apoiando em verbetes de dicionários, enciclopédias, jornais e revistas de variedades, hoje prescindindo dessas muletas porque tem a internet a seu dispor. O acacianismo invadiu e dominou a cultura, os esportes, a educação. Qualquer um se arroga autoridade e profundo conhecedor de qualquer assunto: das táticas de badminton, da qualidade da música atonal, da necessidade de se amordaçar a opinião de um professor. Richard Feynman, ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1965, propôs um método para conhecer qualquer assunto com propriedade, fazendo-o o mais simples que for possível e deixando claro o que já está compreendido e o que falta entender. Esse método é o contrário do pedantismo acaciano, É muito mais fácil manter-se na superfície das generalidades confortáveis que enfrentar desafios ao saber e trazê-lo de maneira clara e simples.
18/08/2016

Da crônica temporal e da crônica atemporal

Edno Gervásio Jr
Bons dias! (à moda de Machado de Assis, cronista atemporal)
As definições de crônica mais comuns indicam que é um texto curto, autoral, com um comentário a respeito de um assunto que está circulando no momento ou trazendo algo anedótico ou pitoresco. Normalmente, a crônica se apresenta num local onde os leitores (ou ouvintes, ou assistentes) já estão acostumados a encontrá-la, em uma forma e linguagem próxima de um padrão do autor. Enfim, é uma comunicação rápida, agradável, descomplicada e confortável. Quase sempre, é claro.
O autor da crônica permite-se variar da pessoa que escreve, da opinião pessoal aos diálogos fictícios de terceiros. Qualquer assunto se permite, desde que o leitor/ouvinte/assistente entenda e acompanhe o raciocínio até o fim. E, de preferência, que concorde com o que leu/viu/assistiu. Assim, pode se construir uma audiência fiel e cativa, às vezes participante.
Há assuntos atemporais, que revistos tempos depois de sua produção mantém o frescor e interesse. E há os temporais - tanto com seu interesse  limitados no momento quanto os que provocam tempestades e instabilidades.
Ao cronista, cabe treinar sua pena (sim, hoje é o teclado) e sua vontade para atender aos leitores/ouvintes/assistentes eventuais que tenham a ousadia de acompanhá-lo. E de descobrir, nas palavras usadas, charadas, segredos, mistérios e sentidos aparentemente ocultos - mas simples e evidentes.
17/08/2016

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Tempo cósmico

Saudades do futuro, tempo que em algum lugar já passou e não deixou lembrança. Já está atualizado, não requer amarração, basta um oco retumbante.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Semi-optica

Quem procura muito não vê o que está bem na frente.
                                     * *
                                      *
Uma pessoa razoável usa a força do argumento.

Um reacionário usa o argumento da força.
                             

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Estática [microconto]

Estática
Cozinha arrumada. O último copo lavado.
Roupa lavada, passada e guardada.
Contas pagas, carteiro avisado. As cartas na mesa, a porta destrancada. A toalha úmida para vedar a fresta.
Pena que os lençóis da cama ficarão um pouco desalinhados. E esse cheiro de gás...
26/08/2008

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Rabulice

É só o capincho aprender a dar um laço na gravata que já pensa que é advogado (ou adevogado, como ele fala).

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Típico

De um lugar próximo, o barulho de uma buzina rouca de ar comprimido. Duas ou três vezes, e não tem nenhum jogo de futebol.
Logo depois, toca o telefone que é atendido, e a voz histérica do tenorino berra, como se do outro lado houvesse um surdo:
- Aqui é o seu vizinho André e o seu cachorro não para de latir, eu não aguento mais, faz ele parar!
E bate o telefone.
Um típico capincho.

Poesia em construção

Um verso pra iniciar um poema:

              Se um dia eu morrer

A continuar.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Das urgências

Sejamos razoáveis: oito horas diárias de trabalho está de bom tamanho. Mais oito horas de distração e oito horas de repouso, e o dia se completou. Nos 480 minutos de cada parte, dá pra manter um passo constante e regular, do tamanho do arco das pernas. As urgências, então, são as demandas que invadem o caminhar porque vem maiores que as pernas. Os motivos disso acontecer, cada um tem os seus.
Ressalta-se, é claro, o "chamamento da natureza" intestinal.

domingo, 11 de maio de 2014

Domingão dos carrapatos

No embalo musical, trago uma contribuição para entender melhor os carrapatos que acompanham os capinchos.


Tudo Vira Bosta


RITA LEE

Composição: Moacyr Franco e Rita Lee
O ovo frito, o caviar e o cozido
A buchada e o cabrito
O cinzento e o colorido
A ditadura e o oprimido
O prometido e não cumprido
E o programa do partido
Tudo vira bosta...
O vinho branco, a cachaça, o chope escuro
O herói e o dedo-duro
O grafite lá no muro
Seu cartão e seu seguro
Quem cobrou ou pagou juro
Meu passado e meu futuro
Tudo vira bosta...
(Refrão)
Um dia depois
Não me vire as costas
Salvemos nós dois
Tudo vira bosta...

Filé 'minhão', 'champinhão', 'Don Perrinhão'
Salsichão, arroz, feijão
Mulçumano e cristão
A Mercedes e o Fuscão
A patroa do patrão
Meu salário e meu tesão
Tudo vira bosta...
O pão-de-ló, brevidade da vovó
O fondue, o mocotó
Pavaroti, Xororó
Minha Eguinha Pocotó
Ninguém vai escapar do pó
Sua boca e seu loló
Tudo vira bosta...
(Refrão 2x)
Um dia depois
Não me vire as costas
Salvemos nós dois
Tudo vira bosta...
A rabada, o tutu, o frango assado
O jiló e o quiabo
Prostituta e deputado
A virtude e o pecado
Esse governo e o passado
Vai você que eu 'tô cansado'
Tudo vira bosta...
(Refrão 2x)
Um dia depois
Não me vire as costas
Salvemos nós dois
Tudo vira bosta...


Tudo vira bosta...(5x)


sábado, 10 de maio de 2014

Nó suíno

Capinchos gostam de fingir que cantam o "nó suíno" especialmente em frente às câmeras de tv, nos estádios de futebol. A rigor, só os palmeirenses é que tem um "nó suíno", aquele que declara "quando surge o alviverde imponente... defesa que ninguém passa...". Para melhorar a aparência de civilidade dos capinchos, que tal mudar a música patriótica dos estádios para a genial A Última Voz do Brasil, do Joelho de Porco - um legítimo "nó suíno", ainda e cada vez mais atual?
Baixe a música aqui: https://mega.co.nz/#!MFUWBLJB!lpn9niKS4x8ss6y4suTh6hNAJqCX32cMA9fi48cMYYE
E acompanhe cantando a letra - não faça como os capinchos de estádio, que mascam chiclete pra fingir que cantam!

(And now, Ladies and Getlemen, for your listening and dancing pleasure, o já legendário: Joelho de Porco!)

São quinze pras sete, tá quase na hora
de ouvir pelo rádio a última voz do Brasil

Calem a boca, cantores do rádio!
Tá quase na hora da última voz do Brasil

Vocês não vão saber de nada mais!

Fechem a porta, apaguem as luzes,
acendam as velas para a última voz do Brasil

Em Brasília, dezenove horas!

Aviso aos navegantes: mar de pequenas praias,
calmaria, boias de luz!

O preço da soja, o dilúvio no Acre
já foram notícias na última voz do Brasil

Os navegadores perderam o rumo,
sem ter as notícias da última voz do Brasil

Vocês não vão saber de nada mais!

Sete e quarenta, tão todos na sala
ouvindo as notícias da última voz do Brasil

Panela no fogo, ampulheta (barriga) vazia,
e aquela folia da última voz do Brasil

Nunca mais vamos ouvir o Guarani

Já passa das oito, barriga vazia
e aquela folia da última voz do Brasil

De agora em diante, é tudo silêncio
e nós nunca mais ouviremos a voz do Brasil

Nosso consolo é ver a TV
Brazil has no more radio service today

Vamos tentar mais uma vez
a última voz do Brasil

A insensatez que você fez
querer ser burguês no Brasil

Atriz atroz, atrás há três
folias de reis no Brasil

E os carnavais nos hospitais se ouvem na voz do Brasil


(That's it, folks!)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Foge, capincho, foge!

Para espantar os capinchos e suas turmas, qual é a melhor, essa:
https://mega.co.nz/#!IU8jCaZY!u6dKRTNKswbMj6ffa29VDK5S6GeJ47Wn7fbW6jvUQI0
ou essa: https://mega.co.nz/#!YVtGHYoI!0VO99ud-T2c26PawFpFAsWquaQE0RntRYskhrAUwZMc ?

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Dúvidas geométrica e gramatical

Por quê pizza normalmente é circular?
Por quê é comum que se diga "pizzas" e não "pizze", no plural em italiano?

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Antes do silêncio

Por quanto tempo uma pessoa consegue ouvir o silêncio?
Ou ver o silêncio.
Ou tocar o silêncio.
"O silêncio foi a primeira coisa que existiu, o silêncio que ninguém ouviu" (Arnaldo Antunes).
O silêncio da respiração viva, da ação da gravidade e das sinapses - quebrado pelo pio de passarinho que não pede licença.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

No tempo do tempo

Get your motor running
Head out on the highway
Looking for adventure
In whatever comes my way

Yeah, darling, gonna make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once and
Explode into space

I like smoke and lightning
Heavy metal thunder
Racing with the wind
And the feeling that I'm under

Yeah, darling, gonna make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once and
Explode into space

Like a true nature's child
We were born, born to be wild
We can climb so high
We never want to die

Born to be wild
Born to be wild

Get your motor running
Head out on the highway
Lookin' for adventure
In whatever comes our way

Yeah, darling, gonna make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once and
Explode into space

Like a true nature's child
We were born, born to be wild
We have climbed so high
We never want to die

Born to be wild
Born to be wild




domingo, 4 de maio de 2014

Píncaro do sabor 1

Receita muito saborosa de molho de pimenta forte:
Pimenta murupi (comprada em Porto Velho - Rondônia) - 200 g
1 dente de alho
1 colher de chá de gengibre fresco
1 colher de café de sal
1 colher de chá de açúcar
Vinagre de maçã
Juntar os ingredientes e bater com mixer colocando vinagre até ficar bem homogêneo, com a consistência de caldo grosso. Passar na peneira fina e guardar na geladeira. Usar com prudência.

Receita de um "creme" de pimenta bem forte:
Bater com mixer uma porção de pimenta murupi com azeite e uma pitada de sal, até ficar uma pasta consistente. Usar com muito cuidado.

sábado, 3 de maio de 2014

Far from civilization - 2

Avenida Antonio Carlos Couto de Barros, Sousas, Campinas, 15:45 hs do dia 3 de maio de 2014.
Dois capinchos dirigindo dois automóveis genéricos com os respectivos superautofalantes no volume máximo, emparelhados por mais de um quilômetro a menos de 20 km por hora, segurando uma fila de mais de dez carros. Ambos sem camisa, de óculos escuros espelhados, cabelinhos espetados e se achando o máximo, poderosos em impedir que os carros que vinham atrás seguissem normalmente.
Os dois precisam melhorar muito para se tornarem boçais. Na minha lista de adjetivos não encontrei o adequado - o nível lá deles está muito aquém da capacidade de compreensão de um ser humano.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Far from civilization

É constrangedor, mas temos que considerar que a constatação do Carlos Bronco Dinossauro (Ronald Golias) - A civilização não se comportou - como muito otimista, quando somos agredidos pelos invasores dos espaços público e privado: os desqualificados que colocam nos seus carros indecentes autofalantes no volume máximo com uma barulheira irreconhecível, um baticum insuportável. Há uns anos, o que se ouvia, quanto muito, era o vendedor de pamonha de Piracicaba, a propaganda de algumas lojas de bairro e, na época de campanha eleitoral, os jingles de candidatos. Os idiotas estão tornando o pouco que resta de civilização perder a compostura.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Bichos perfunctórios - 2

Capivaras, para quê servem?
Não sabem arrumar suas camas. Seus olhares são perplexos e depressivos - até agora não vi nenhum membro da espécie sorrir.
A riqueza da família capivara é andar no asfalto noturno, perto do rio pantanoso, no tempo das lanternas. Nada melhor para elas que o mergulho no cascalho virgem misturado com cimento. Dá um pouco de prisão de ventre, mas isso não é assunto de meu interesse.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Bichos perfunctórios - 1

Não adianta puxar a capivara - nada consta além das multas de trânsito de praxe. Já os carrapatos são muito apegados e gostam de ouvir Born to be Wilde do Steppenwolf.